Início de 2020 foi marcado por tragédia e protestos na região, que reivindicava a construção da unidade infantil
Os moradores do bairro Vila Maria Regina e Icaraí receberam uma boa notícia esta semana. A Prefeitura de Juatuba anunciou que concluiu a negociação do aluguel do imóvel para instalação de uma creche na região, um pedido antigo de quem vive no bairro, que gera alívio à muitos pais. A instituição receberá o nome do menino Eduardo Ferreira de Oliveira, o Dudu, que morreu em fevereiro passado.
De acordo com a secretária de Educação, Denise Navarro, já foi feito levantamento e, a princípio, a creche atenderá 50 crianças. O espaço deve começar a funcionar apenas no início de 2021, pois ainda precisarão ser feitas adequações nos banheiros, refeitório, pintura e compra de mobiliário, ainda a ser licitado.
A casa alugada fica na Alameda Jambeiro, 40, próximo à quadra do bairro. O local já estava sendo sondado pela administração municipal desde fevereiro, quando acertaram o dono a reserva do imóvel. Entretanto, o aluguel só foi formalizado este mês. Denise explicou ainda que, por causa da pandemia, já não seria possível colocar a instituição para funcionar neste semestre. A secretária disse que será instalada uma academia ao ar livre no terreno em frente à creche.
Relembre a história de Dudu
O pequeno Eduardo Ferreira de Oliveira, de dois anos, ficou dois dias desaparecido antes de ser encontrado, afogado em uma lagoa a poucos metros de onde morava. Antes do desaparecimento, Dudu estava com as irmãs mais velhas em casa e a revolta da comunidade da Vila Maria Regina ficou evidente nas inúmeras manifestações registradas durante o velório e o sepultamento da criança. Na época, os moradores organizaram protestos e muitos afirmaram que se o bairro tivesse uma creche, a tragédia poderia ter sido evitada.
Também no mesmo período, uma entrevista da vice-prefeita de Juatuba, Maria Célia da Silva, a um programa de rádio foi duramente criticada. Indagada sobre a falta de uma creche na região de Vila Maria Regina e Icaraí pela repórter da Rádio Itatiaia, Célia afirmou: “eu gostaria de deixar bem claro que creche não salva vidas. Então, nesse momento, usar isso para não solidarizar com a dor dessa família, acho muita covardia. Quando se fala de creche nessa cidade, se fala do prefeito Adônis”.