Reginaldo Teixeira segue candidato, mas renuncia para evitar cassação

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Durante a reunião ordinária desta semana, a Câmara Municipal de Mateus Leme apresentou o pedido formal de renúncia do vereador Reginaldo Teixeira, preso desde junho. A solicitação vem em meio a campanha de Reginaldo à reeleição, a qual tem sido coordenada por sua esposa enquanto ele ainda está detido. Em sua decisão, o agora ex-vereador alegou apenas motivos pessoais para deixar o cargo.

Reginaldo foi preso em uma operação da Polícia Civil sob suspeita de envolvimento em pelo menos três homicídios ocorridos na cidade. De acordo com as investigações, ele atuaria como justiceiro na região. Já foram encerrados três inquéritos contra o vereador, dois por assassinatos e um por peculato. Até então, mesmo preso, Reginaldo continuou recebendo normalmente seu salário de R$ 3.585,74.

Ele estava em seu segundo mandato como vereador, sendo o mais votado nas eleições de 2016. O pedido para concorrer às eleições em 2020 pelo partido Solidariedade foi acatado pela Justiça Eleitoral sobre o preceito de presunção de inocência, já que Reginaldo ainda não foi julgado por nenhum dos crimes. Desde a operação até renúncia, a Câmara de Mateus Leme não se manifestou.

O presidente da Câmara, Ricardo Gomes Moreira (Solidariedade), informou não ter recebido qualquer pedido da Justiça para que Reginaldo Teixeira fosse afastado do cargo. Mesmo que não tivesse renunciado, Reginaldo poderia ser cassado já neste mês. Segundo regimento interno do Legislativo de Mateus Leme, um parlamentar pode faltar a um terço das reuniões ordinárias do ano, o que representaria oito sessões, número já atingido pelo ex-vereador.

Foram diversas as tentativas de habeas corpus de Reginaldo até agora, todas negadas. O assunto na Câmara tem sido tratado de forma contida. Segundo informações obtidas pelo JORNAL DE JUATUBA E MATEUS LEME, em uma das ações da defesa do vereador, um ofício teria sido enviado à Câmara solicitando que o Legislativo intercedesse por Reginaldo para que ele participasse das reuniões por videoconferência. A ação acabou denunciada ao Ministério Público e não chegou a ser deliberada em plenário.

O que se percebe agora é que Reginaldo tem grandes chances de reeleger. Em sua página de Facebook, sob cuidados da esposa, durante o mês de outubro foram publicados quase 20 vídeos, mas, em vez de gravações com o candidato, foram feitas gravações individuais de moradores testemunhando por que votarão em Reginaldo no dia 15 de novembro. Em outro vídeo, imagens de arquivo do vereador são utilizadas com um jingle pedindo votos no candidato.

Enquanto isso, na Câmara, a suplente Noêmia Pereira de Carvalho foi empossada em reunião extraordinária nesta sexta-feira. Ela disputou as eleições de 2016 pelo PTC, antigo partido de Reginaldo, e recebeu 239 votos.

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