Sem celebrações tradicionais, mais uma vez Semana Santa será online

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Nesta quarta-feira, 17, quando a Onda Roxa, a mais restritiva do Pro¬grama Minas Consciente, do Governo de Minas Gerais, foi estendida a todos os 853 municípios do Estado, os mora-dores de Juatuba e Mateus Leme tive¬ram a certeza que vão repetir o que aconteceu em 2020, durante a Semana Santa e, mais uma vez, as celebrações serão diferenciadas nas paróquias de Juatuba e Mateus Leme. Esta semana, para consolidar a não realização dos eventos tradicionais desta época que marca o fim da qua¬resma, a arquidiocese de Divinópolis emitiu nota reafirmando que as cele-brações deverão ser suspensas ou realizadas online.

Com os municípios chegando ao limite da capacidade de responder às demandas crescentes da saúde e os hospitais com lotação máxima para pacientes, o bispo Dom José Carlos de Souza Campos, encaminhou a todas as paróquias recomendações sobre os eventos da Semana Santa e a preocupação da igreja com a situa¬ção alarmante da saúde em todo o Estado. “Há filas de espera! Um absurdo! Situação de verdadeira mis¬tanásia, ou seja, morte precoce e evi¬tável de indivíduos vulneráveis social¬mente e consumada por incapacidade de serem cuidados pelos serviços públicos e privados de saúde, em clara violação do direito à vida e à saúde”, diz nota.

As recomendações do bispo passa¬ram a valer desde o último domingo, 14, quando foram suspensas todas as atividades litúrgicas e religiosas e algu¬mas celebrações começaram a acon¬tecer com pequenas equipes e trans¬missão pelas redes sociais. O atendimento paroquial também pas¬sou a ser restrito ou parcial. E devido ao toque de recolher, as celebrações virtuais que forem à noite devem ter¬minar em tempo hábil para que as pessoas que colaboraram com a rea¬lização, possam cumprir a exigência.

Apesar do alerta sobre a realidade da saúde frente à pandemia, a arqui¬diocese afirmou que a situação pode se normalizar a tempo da celebração do Domingo de Ramos. “Sabemos que houve e há descuidos, adiamentos, inabilidades, negacionismos da parte dos governantes, mas também preci¬samos reconhecer irresponsabilida¬des e abusos por grande parcela da população. Tudo isto nos trouxe até este lamentável colapso. O retorno vai depender do engajamento e da parti¬cipação ética e responsável de cada cidadão, cada cristão, cada um… Não dá para retardar iniciativas quando a vida está em jogo! Não se brinca com a vida! Não se debocha da pandemia! Não se resiste a uma vacina! Não se pode fantasiar que está tudo bem e sob controle”, disse o bispo.

Mateus Leme e Juatuba

Festas dos padroeiros, Corpus Christ, festas juninas, celebrações, batizados e a tão esperada Semana Santa, tudo isso, não ocorreu ou foi feito com limitações e de forma dife-rente no último ano. E quem esperava que neste tudo voltaria a ser como era, está se decepcionando. O Padre Daniel Leão, da paróquia de Santo Antônio, não esconde sua tristeza com o cenário gerado pela pandemia. “A sensação é de muita tristeza. A Onda Roxa, válida por 14 dias inicialmente, vai ser encerrada na Quarta-feira Santa, e parte das cele¬brações da Semana Santa estará com-prometida. No ano passado tivemos pelo menos os cortejos com as ima¬gens de Nosso Senhor dos Passos e Nossa Senhora das Dores, mas esse ano, devido ao toque de recolher, não sabemos se será possível. É uma sen¬sação de muita ausência e abafamento, por mais uma vez não poder celebrar com a participação pública dos fiéis. Isso pode mudar, mas por enquanto será online. Através da internet vamos acalantar os corações dos nossos fiéis, pois não podemos é que esse momento de fé passe despercebido”, pondera.

Frei Ismail de Miranda, responsável pela Paróquia de São Sebastião de Juatuba lembra que ano passado as procissões da Semana Santa aconte¬ceram em carro aberto e viabilizaram a coleta de alimentos que foram enca¬minhados às famílias carentes. “Está tudo muito incerto. A pandemia já completou um ano e não estávamos imaginando que essa fase mais crítica iria ocorrer agora. Já estávamos nos organizando antes do decreto da Onda Roxa, para realizar algumas ceri¬mônias, mas sem procissões e a parte cultural. Agora, o que nós vamos poder fazer é transmitir as celebrações online, conforme já temos feito. Orientamos as pessoas a rezarem em casa e fazerem o isolamento, para que tudo possa passar. Com fé e espe¬rança, vamos conseguir vencer esse momento turbulento”, finalizou.

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