Sob pressão, prefeito retira Projeto de Lei que doava de terreno a mineradora

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pressão e protestos populares

Após grande repercussão negativa, pressão e protestos populares, o prefeito Adônis Pereira, encaminhou um ofício à Câmara, solicitando a retirada da pauta do projeto de lei que pretendia doar uma área de 325 mil metros quadrados à empresa Ecomining América Ltda, que tem como principal atividade econômica a extração de minério de ferro. A notícia da retirada do projeto da pauta foi dada pelo presidente da Câmara, Láecio do Silvestre, por meio de um vídeo nas redes sociais. Com o ofício em mãos, Laécio afirmou que o chefe do executivo, solicitou a retirada do projeto devido à falta de interesse da mineradora em se instalar no município.

Minimizando a vitória das lideranças que fizeram muita pressão contra o projeto, o prefeito gravou um vídeo, afirmando que a instalação da empresa foi prejudicada devido às Fake News gravadas por meio de vídeos por cidadãos e políticos com interesse em integrar o poder.

“Juatuba não tem minério para minerar, pelo menos não conheço nenhum até hoje. A empresa que iria vir é rica, dona de mineração e vários negócios e atividades. Eu jamais retiraria esse projeto por falatório de pessoas que começaram a campanha do ano que vem de forma antecipada, para voltar ao poder; pessoas que inclusive assumiram cargos na prefeitura de Juatuba”, disse Adônis.

O prefeito afirmou ainda que quem perde com a decisão da empresa é o município, que deixará de arrecadar e ofertar empregos para pessoas carentes. “Essas pessoas prejudicaram demais a população. Nós precisamos arrecadar porque temos 750 ruas de terra e poeira que precisam de pavimentação. Quem sofreu foram as famílias mais pobres que precisam de empregos e quem ganhou com isso foram os ricos, que acham que o terreno cedido pelo estado é o fundo de quintal da casa deles”, afirmou o prefeito, se referindo aos moradores do Condomínio Village.

Pelas redes sociais, diversos cidadãos criticaram a fala de Adônis, e observaram que o que a empresa iria trazer, ela retiraria o dobro. “As ruas que o senhor diz que serão asfaltadas, serão as mesmas que os caminhões pesados irão destruir. Sem contar a poeira que vai prejudicar a saúde de todos e também a devastação do meio ambiente”, disse uma internauta.

A vitória da mobilização:  ex-procurador rebate prefeito e diz que a luta continua

Olho: “Vamos continuar discutindo propostas de desenvolvimento humano, que envolva todos da Comunidade e os agentes da administração pública. Fomos surpreendidos com o grande número de pessoas que abraçaram essa causa, então, a luta não vai parar por aqui”

A possível vinda da mineradora para uma área próxima à Serra do Elefante, na divisa de Juatuba e Mateus Leme, foi muito criticada e dominou a pauta durante vários dias. O projeto do prefeito causou tanto desconforto e descontentamento, que no último final de semana cerca de 50 pessoas se juntaram em torno da Serra do Elefante para um abraço simbólico contra a instalação da mineração no local. Junto à manifestação, também foram colhidas assinaturas contra a mineração na cidade.

O advogado e ex-procurador do município, Fernando Gonçalves Rodrigues, que é também proprietário de um imóvel no Condomínio Village, localizado próximo à Cruz das Almas, disse que a luta pela não implantação do Distrito Industrial IV em Cruz das Almas continua. “A nossa luta continua, contra instalação do distrito industrial poluidor no Capão da Cruz da Almas, apesar da retirada do projeto da mineradora. Afastamos a ameaça mais grave, mas a ameaça ao meio ambiente continua e não vamos parar”.

Sobre a fala do prefeito no vídeo, Fernando diz que a proposta de destruição do meio ambiente foi derrotada pelo bom senso da comunidade de Juatuba, “que tomou conhecimento a tempo de impedir esse crime ambiental que seria realizado pela Administração Adônis”.

Fernando salienta que o Município ganhará mais com ICMS ecológico se instituir uma área de conservação naquele território, do que colocando rejeitos de minério sobre as nascentes. “O prefeito foi derrotado, e por isso, reage querendo personificar um processo que é coletivo. Não somos contra o prefeito, somos contra uma proposta de industrialização incompatível com a conservação do meio ambiente. Somos pela preservação da qualidade de vida. Estamos abertos e, oportunamente, queremos dialogar com o prefeito e seus assessores sobre alternativas que compatibilizem desenvolvimento econômico, preservação ambiental e qualidade de vida para todos”, alertou o advogado.