Tarifa dos ônibus da região metropolitana volta a subir e deputados pedem CPI

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Os moradores dos municípios da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) iniciaram o ano com uma série de impasses envolvendo o transporte público. Após decisão da Justiça, o reajuste da tarifa dos ônibus de R$7,20 para R$7,70 ficou suspenso até a última segunda-feira (8). Porém, com a insistência do governo de Romeu Zema (Novo), a tarifa mais alta passou a ser cobrada nesta terça-feira (9). 

A suspensão do aumento foi fruto de uma liminar apresentada pelo deputado federal Rogério Correia (PT), pelas deputadas estaduais Andreia de Jesus (PT), Beatriz Cerqueira (PT), Macaé Evaristo (PT) e Lohanna (PV), além dos vereadores Bruno Pedralva (PT) e Pedro Patrus (PT). 

Após o reajuste com a derrubada da liminar, os parlamentares afirmam que vão acionar a Justiça novamente. 

Além da tarifa alta, os usuários relatam más condições nos veículos que, com frequência, quebram durante a viagem, estão superlotados e apresentam outros problemas, como goteiras, portas quebradas e má ventilação. 

ALMG pode ter CPI do transporte da RMBH

Esse é um dos motivos para que os deputados estaduais de oposição articulem uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) sobre o transporte público da RMBH. Até o momento, 15 parlamentares já assinaram o pedido de abertura da CPI. Para a instauração do processo, é necessário o apoio de mais 11. 

Uma das deputadas que propôs a abertura da CPI, Bella Gonçalves (PSOL), acredita que a realidade enfrentada pelos usuários é fruto do contrato de concessão do transporte da região, válido até 2037. 

Para ela, as cláusulas do documento estabelecem condições insustentáveis e priorizam os interesses das empresas, em detrimento dos da população que depende do transporte público. 

“Somado a isso, hoje, nós temos uma negligência completa do governo do Estado, sob gestão de Romeu Zema. Além disso, o contrato aparentemente foi fruto do estabelecimento de um processo de cartel. As mesmas empresas ganharam as concessões em um processo que deveria ser de livre concorrência e não foi”, comenta Gonçalves. 

“A CPI é uma forma de pressionar pelo fim do contrato com as empresas de ônibus e pelo estabelecimento de um novo contrato, com um novo modelo de mobilidade, que seja mais sustentável e integrado com a Região Metropolitana”, complementa a deputada.