Presidente do Sindserj diz que apoiou prefeito no passado, mas agora “o tem como mentiroso”

OLHO: “Eu e minha família apoiamos o senhor Adônis na última eleição, mas infelizmente ele tem se colocado como dono da cidade. As promessas feitas em campanha se transformaram em mentiras. O salário dos servidores da saúde está estagnado desde a pandemia. Os professores não recebem o piso salarial que têm direito e alguns servidores não tem nem o pão com manteiga. Assim fica difícil”, diz Geraldo na Tribuna do Legislativo

0
197

O descontentamento dos servidores públicos municipais e dos vereadores com relação à falta de valorização dos profissionais já é notícia comum em Juatuba. E até a possibilidade de paralisação geral devido à falta de reajuste anual, que deveria ter sido feito em fevereiro, já foi levantada.

A situação se agravou ainda mais depois que os trabalhadores da limpeza urbana fizeram paralisação de advertência na Praça dos Três Poderes, para cobrar o pagamento do auxílio alimentação e do vale transporte, que está atrasado há mais de um mês. 

Para chamar atenção dos vereadores e cobrar respostas do prefeito, o presidente do Sindicato dos Servidores Públicos de Juatuba, Geraldo Ricardo de Lima, ocupou a tribuna da Câmara e teceu duras críticas à gestão Adônis.

Em seu discurso, Geraldo salientou que resolveu trazer à público as reclamações em decorrência da falta de retorno do prefeito referente ao reajuste anual dos servidores. “E todos sabem que não está em pauta apenas o reajuste, mas várias reivindicações. Nós estamos desde 2021, sem qualquer aumento real e estamos lutando por reajuste desde o ano passado, com a inflação de 10,02%, conseguimos apenas 7%”, lembra.

O sindicalista revela ainda que no ano passado, “o prefeito usou o artifício da mentira junto à um Tribunal de Justiça, alegando que os servidores não poderiam fazer greve e os professores não poderiam parar, porque as crianças que vão à escola dependiam da merenda e poderiam sofrer abuso e violência sexuais, e que a Saúde não poderia aderir à greve porque vários entes queridos iriam morrer com a Covid-19”.

“Estou aqui com antecedência porque no ano passado não tivemos nem o direito de fazer greve; respeitamos a recomendação da justiça, porque somos um sindicato sério, mas é lamentável ver que até essas alegações absurdas saíram da procuradoria do município”, disse revoltado.

Geraldo salientou que o último diálogo coerente com a administração foi feito à época do mandato “tampão” de Jurandir, que segundo ele, sentou com os servidores e o sindicato e teve a coragem de relatar as dificuldades de oferecer reajuste, mas mesmo assim foi conseguido 4%, dividido em duas vezes.

“O vereador teve a hombridade de, pelo menos, dialogar conosco. Já o senhor Adônis, em momento algum conversou com o sindicato ou com os servidores e não recebeu nenhuma comissão da categoria. Mandamos vários ofícios ao prefeito e secretários, mas nenhum foi respondido até o momento. E sequer somos recebidos na prefeitura”.

O sindicalista afirma ainda que o prefeito não cumpriu nenhuma promessa de campanha e está faltando com a verdade. “Apoiamos o senhor Adônis nos dois últimos mandatos, mas infelizmente ele tem se colocado como dono da cidade porque não atende ninguém como os outros gestores faziam. Ele só atende agora de acordo com sua conveniência. As promessas feitas em campanha se transformaram em mentiras. O salário dos servidores da saúde está estagnado desde a pandemia. Os professores não recebem o piso ao qual têm direito e alguns servidores não têm nem o pão com manteiga. Assim fica difícil”, disse Geraldo na Tribuna.

“Nada a mais”

O presidente do Sindicato teme que o prefeito encaminhe para a Câmara um projeto com uma projeção de reajuste muito inferior à desejada pelos servidores, já que o sindicato solicitou, pelo menos, 15%, o que é equivale a 5,93% de reposição inflacionária, sendo que 3% foi prometido pelo chefe do executivo no ano passado.

“Os servidores não querem nada a mais que o básico, afinal, a inflação está batendo na porta de todos. Muitos deles, homens que trabalham para Juatuba há 30 anos, construíram muitos meios-fios, estradas, praças e outras obras. Não é possível que esse governo não tenha a sensibilidade com os servidores que deram o sangue para erguer nosso município”.

“Perseguido 24h”

Geraldo finalizou sua fala na tribuna revelando aos vereadores que ele é perseguido pelo prefeito constantemente. “Eu só sou perseguido 24h pelo prefeito, porque o dia só tem 24h. Eu nunca vi isso em toda minha trajetória de vida, ser perseguido por cobrar melhorias para o trabalhador”.

Reajuste em Mateus Leme já está em pauta

Após ficarem dois meses sem resposta oficial acerca do reajuste anual dos servidores e inclusive promover uma manifestação nas ruas da cidade, os profissionais de todas as categorias do serviço público de Mateus Leme tiveram uma boa notícia na última semana.

O prefeito Dr. Renilton Coelho encaminhou um projeto ao Legislativo que prevê o aumento de 8,9%, mais um adicional no cartão alimentação, que passa a ser de R$ 400. 

No entanto, no mesmo pacote, o PL contempla também o prefeito, vice e os secretários municipais, que receberão também o aumento de 8,8% em seus salários. O projeto que foi colocado em pauta na reunião ordinária de segunda-feira, deve ser votado na semana que vem.