Em março do ano passado, Marcelo Frigério, profissional do Cruzeiro, foi detido em Juatuba por desacato, durante uma fiscalização que visava conter a aglomeração de pessoas em um treino da equipe que treinava. De acordo com o relatado, “Tchelo”, como é conhecido, teria discutido com uma fiscal e dito “pega essa caneta e enfia na sua lomba”. Em seguida, teria se envolvido em um empurra-empurra ao tentar agredir a fiscal, sendo segurado por quatro homens.
Em nota, o Cruzeiro Esporte Clube pontuou que acompanhou os desdobramentos do episódio, e solicitou que o treinador Marcelo Frigério fizesse um pedido público de desculpas à fiscal e a todos os envolvidos, nas redes sociais. Tchelo destacou que errou, ao ficar nervoso e se exaltar em uma discussão com o presidente da Liga Esportiva, Geraldo Ricardo Lima, que estava no local, e que ele deveria dar exemplo para as atletas.
“Uma instituição da grandeza do Cruzeiro entende que é importante buscar o equilíbrio, dar oportunidades para as pessoas e ser justa. Como consequência deste episódio, o treinador receberá uma advertência administrativa, e o Clube espera que o ocorrido possa trazer um importante aprendizado para todos que o vivenciaram”, disse nota à época.
Poucos meses após o ocorrido, o Cruzeiro demitiu o técnico do time feminino. O comunicado foi feito pelo perfil da Raposa no Twitter, o time celeste agradeceu o agora ex-comandante da categoria pelos serviços prestados e desejou sucesso na nova caminhada do treinador. Mas depois do ocorrido, o time não se pronunciou mais sobre o assunto.
Já a servidora da prefeitura que sofreu o desacato, também foi exonerada do cargo de confiança, no entanto como era servidora efetiva em outra atribuição, voltou para o cargo de origem.
Não compareceu à audiência
Na época do fato, o técnico se comprometeu a comparecer ao Juizado Especial Criminal de Mateus Leme e foi liberado. A reportagem entrou em contato com o presidente da Liga Eclética Esportiva de Juatuba, Geraldo Ricardo de Lima, para saber sobre o desfecho do caso. De acordo com Geraldo, recentemente foi realizada uma audiência marcada pelo Ministério Público, através da 2ª Vara Cível, Criminal e de Execuções Penais da Comarca de Mateus Leme, no entanto, o técnico nao compareceu. “Na ânsia de defender nossos servidores, entramos com um a denúncia no MP e a mesma foi transformada em processo judicial. Mas infelizmente o ex-técnico não compareceu à audiência. Pelo que soubemos, ele está no Paraguay e a justiça está tentando localizá-lo”.
O presidente do SindSerj afirmou ainda que caso Marcelo não compareca à próxima audiência, o caso poderá ser julgado à revelia. “Neste caso em específico, o acusado foi comunicado oficialmente do processo e não se defendeu.
“Irresponsabilidade da prefeitura”
Geraldo fez questão também de relembrar a irresponsabilidade da prefeitura de Juatuba, que segundo ele, não respeitou o decreto municipal que limitavam a aglomeração de 30 pessoas em qualquer espaço público. “No mês mais mortal na pandemia quem deveria dar exemplo e fiscalizar foi omisso e complacente, como comprova a própria postagem a página da prefeitura ( https://www.facebook.com/prefeituradejuatuba/photos/a.507192972757949/2517724528371440/) . Na foto postada tinha em média 41 pessoas, sem contar com o prefeito”, reitera. “O desastroso defecho nada mais é que o resultado do despreparo e desatenção da secretaria de Esporte e da Prefeitura que não tiveram a sensibilidade mínima de saber que aquele era o pior momento para trazer qualquer equipe para treinar em Juatuba. A vinda do time não trouxe qualquer ganho social para cidade, afinal ninguém poderia ver os treinos em razão da pandemia, e ainda por cima o nome de Juatuba ficou em evidência nacional de forma negativa”, finalizou o sindicalista