Programa de TV estadual destaca obras malfeitas no bairro Samambaia III

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Buracos, alagamentos e falta de drenagem são problemas recorrentes que têm gerado indignação na comunidade de Juatuba. A má qualidade das obras de infraestrutura na cidade foi tema de destaque no programa Balanço Geral, na última terça-feira (26).  A equipe do quadro “Bairro a Bairro” foi ao bairro Samambaia III para mostrar as condições precárias das ruas, agravadas após as fortes chuvas.
O repórter Asafe Alcântara, destacou a revolta dos moradores.

“Com a força das chuvas, o asfalto está sendo destruído. Cadê a drenagem e os meios-fios?”, questionou um morador. Segundo ele, a pavimentação foi feita às pressas durante o período eleitoral. O repórter ironizou: “Na época de eleição, tudo é lindo, né, gente?”.

Uma moradora relatou que as crianças precisam caminhar quase um quilômetro para chegar em casa, o que é exaustivo, especialmente para os mais novos. Outro morador mostrou que o asfalto cobre apenas um pequeno trecho da rua, enquanto o restante permanece inacabado. Ele afirmou que a obra só foi iniciada após pressão da comunidade. “Ameaçamos acionar o Ministério Público, por isso foi feita a metade”.  “Como pode asfaltar só até a esquina e deixar o resto?”, indagou o repórter. Um dos entrevistados completou: “Isso aqui é uma obra malfeita. A terra desce com a enxurrada e precisamos de máquinas para retirá-la toda vez que chove”. A falta de drenagem transforma o bairro em um “bacião de água”,  descreveu um entrevistado.

Dificuldade de mobilidade

Os impactos vão além da destruição do asfalto. Uma mulher, que usa bengala devido a problemas nas pernas, relatou que fica ilhada em dias de chuva. “Eu não posso nem sair, tenho que ficar esperando as pessoas me ajudarem. Quando eu vou para o médico o carro da prefeitura não me pega na porta e eu tenho que descer até aqui embaixo”, desabafou. O repórter provoca: “Ah, então o bonito do carro não pode passar lá não?” e completa com ironia: “Tá certo eles, senão quebra o carro”.
Outro ponto crítico é a impossibilidade de acesso para serviços de emergência. “Quem mora no final da rua não consegue socorro porque o SAMU não consegue subir”, diz. Outro morador completa: “Temos SAMU, mas não temos ruas para ele andar”.

Praça abandonada


A situação precária se estende a áreas públicas. Uma praça que deveria ser um espaço de lazer está inutilizável devido ao acúmulo de lixo e constantes alagamentos. Um morador que organiza atividades de capoeira no local, lamentou: “Os meninos não têm onde brincar. A praça é inunda e está abandonada. É uma vergonha”.
Outra denúncia foi uma caixa de esgoto com a tampa aberta. “Essa fossa destampada aqui é um perigo. Uma criança pode cair. Ficou assim depois que a prefeitura fez o serviço”, apontou outra moradora.

Procurada pela reportagem, a prefeitura informou que as obras de drenagem e construção de meios-fios serão realizadas após o período chuvoso.