Sete perguntas para Letícia de Paula Silva, medalhista de prata da natação

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Nascida em Juatuba, moradora do bairro Satélite, Letícia de Paula Silva, 17 anos, é filha dos comerciantes Rosa Maria de Paula e Jairo de Oliveira da Silva. A atleta tem história na natação: conquistou uma medalha de prata e duas de bronze no Campeonato Brasileiro de 2019 e, este ano, no Campeonato de Inverno, em Recife, a jovem ficou com o segundo lugar.

Letícia é estudante do terceiro ano do ensino médio do Colégio Amorim, em São Paulo, escola que tem parceria com o Corinthians, clube que a atleta defende. Nos planos da adolescente está a possibilidade de tentar uma bolsa para estudar e treinar nos Estados Unidos.

1-Quando foi que você começou a praticar natação com o propósito de competir? O que você imaginava no futuro?

Comecei a praticar natação aos três anos, por recomendação médica, em decorrência de um problema de saúde que eu tinha. A partir daí, ganhei gosto pelo esporte e, aos nove anos, fui convidada para participar de uma equipe de natação em Belo Horizonte, no Olympico Clube. No começo eu não imaginava que um dia poderia ganhar medalhas em campeonatos brasileiros, mas a partir dos 14 anos, isso acabou se tornando um sonho e um objetivo.

2- Quem mais incentivou sua carreira e que mais te inspira?

Meus pais, principalmente. Eles tiveram um papel essencial. Minha mãe e meu pai sempre estiveram presentes e me apoiando. Não posso deixar de citar também meus primeiros técnicos do Olympico Clube, a comissão técnica do Corinthians, meus tios e tias e todos que passaram pela minha vida nesses anos de natação. Eles, além de sempre me apoiarem, fizeram tudo para que eu conseguisse conquistar o que eu tanto almejava. Eles são as minhas maiores inspirações.

3-Quais os principais desafios de quem pratica esporte no Brasil e numa cidade do interior? 

Acredito que a falta de incentivo é o maior desafio, não apenas financeiro, mas também o apoio psicológico e moral. Muitas vezes, é cobrado de nós atletas, a conquista de medalhas, mas as pessoas não conseguem enxergar o que cada um precisa enfrentar para conseguir chegar ao pódio, para participar de uma competição ou para ter boas condições de treinamento. Existem dificuldades diárias, que cada um precisa enfrentar para conseguir concretizar seu sonho.

4- Sobre o clube que você defende, o Corinthians, como surgiu essa oportunidade?

Após o Campeonato Brasileiro de 2019, no qual eu conquistei três medalhas, a comissão técnica do Clube entrou em contato comigo e, depois de muita conversa e uma visita ao centro de treinamento, decidi mudar de clube. Confesso que foi uma grande surpresa, pois não era algo que eu estava planejando naquele momento, mas a oferta veio e me trouxe bastante alegria. Atualmente, estou morando em São Paulo, próximo ao centro de treinamento. O clube oferece toda uma estrutura para treinos, duas piscinas olímpicas, academia, fisioterapia, médico, escola, alimentação, uniforme e ajuda de custos.

5- Qual o estilo que você prefere nadar?  O que é mais difícil na trajetória esportiva? 

Gosto bastante de nadar provas mais longas, de 400 e 800 metros e minha preferência é pelo estilo peito. O que eu considero mais difícil no esporte não envolve os estilos e a natação em si, mas sim conseguir adaptar toda a vida pessoal com os treinos que são extremamente cansativos e com a vida escolar.

6- Você tem apoio do poder público, principalmente para disputar competições? 

Não, a prefeitura não oferece nenhum incentivo. A natação não é um esporte nada barato e, além das competições e viagens, temos que arcar com os materiais para treinos diários e a alimentação balanceada. Hoje ,eu tenho uma ajuda de curtos que recebo do Corinthians e a bolsa atleta do Governo Federal, mas mesmo assim não consigo custear completamente todas as minhas despesas. Para esses custos extras, eu conto com a ajuda dos meus pais.

7-Quais seus planos futuros? 

Ainda tenho muita coisa para conquistar no esporte. Disputarei campeonatos de categoria até 2022 e quero sempre estar entre as melhores da minha idade e, claro, não só entre os atletas da minha idade. Quero estar presente em seleções e quem sabe em uma futura olimpíada. No final do ano, teremos mais campeonatos e pretendo dar o meu melhor de mim e melhorar minhas marcas. Penso em desbravar as fronteiras do Brasil, e apostar na natação em outros países, um deles, os Estados Unidos.

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