A Policlínica de Juatuba tem sido alvo de denúncias por parte dos pacientes, que apontam uma série de problemas que vão desde a falta de infraestrutura física para acolher os usuários, a demora para que eles sejam atendidos, até a falta de medicamentos.
A precariedade do atendimento é uma reclamação recorrente que foi agravada na última semana quando pacientes viveram situação de verdadeiro abandono na unidade de saúde. A demanda por atendimento que já é alta explodiu em decorrência de um surto de dengue.
Alexandre Souza, laboratorista de solos, contou sobre a longa espera para ser atendido. “O número de pessoas que estavam lá era grande, e o atendimento muito lento. Para chegar até a triagem tinha que esperar uma hora e meia; depois, para ser atendido, mais duas horas de espera”, reclama.
Segundo Alexandre, a falta de ventilação adequada torna a espera dos pacientes ainda mais angustiante e desconfortável. “É um lugar quente, que não tem um ventilador pra gente ficar um pouco mais confortável”, lamenta.
Sem testes para dengue
A demora é um problema, mas a falta de recursos para diagnóstico é outro ponto crítico. Em meio ao surto de dengue, Alexandre conta que os pacientes não estão tendo acesso a testes para confirmar a doença, o que compromete a precisão dos tratamentos.
Em alguns casos, ele disse que a prescrição de medicamentos sem uma investigação adequada, pode resultar em tratamentos inadequados ou incompletos. Alexandre passou pela mesma situação quando a esposa foi para o atendimento com suspeita de dengue. “Não tem teste para saber se você está com dengue. Só deram uma cartela de dipirona para minha esposa, soro para fazer em casa e mandaram fazer a consulta no postinho do bairro em que moramos”, conta.
“Onde faremos consulta se no meu bairro foi retirado a UBS? Vou levar minha esposa para consultar onde, desabafa.
Sem lugar para aguardar
Além da deficiência no atendimento diante do elevado número de casos de suspeita de dengue, a falta de espaço para que os pacientes aguardem atendimento também tem sido muito criticada pelos usuários. Várias cadeiras estão quebradas e outras estão em péssimas condições de uso. A presença constante de moradores de rua nas dependências da policlínica também é uma preocupação, assim como animais, como cachorros, que ocupam os assentos destinados aos pacientes.
Ambiente sem normas
Outra questão que vários usuários tem criticado é a presença de fumantes na entrada do estabelecimento. “Muita gente não tem empatia e não respeita o outro. Fumam na porta da policlínica e a fumaça, na maioria das vezes, entra na ante sala comprometendo a qualidade do ar.
E na lista de reclamações, a aposentada Vanessa Ferreira, denuncia até a falta de medicação na farmácia da policlínica. “Me passaram remédio pra tomar em casa. E não tinham todos. Tive que comprar um deles. Fico pensando em quem não tem dinheiro pra comprar”, lamenta.