Cinco focos de incêndio na região Serra do Elefante são controlados

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A Serra do Elefante é dos principais cartões postais de Juatuba e Mateus Leme. Frequentemente vista como ponto para ecoturismo, durante a pandemia o número de visitantes cresceu, o que resultou na restrição do acesso a serra no lado mateuslemense. Entretanto, isso não afastou os turistas e, no período de seca em que estamos, um novo inimigo ameaça a fauna e a flora locais: as queimadas.

Os meses de julho a novembro são considerados críticos para o aumento dos focos de incêndio por serem um período sem chuvas e de grande calor. Nas últimas semanas, a população tem sentido na pele os resultados dessas queimadas, muitas vezes criminosas, já que a fumaça tomou conta da região. De acordo com a coordenadora da Brigada 1, Sileny Andrade Menezes, os voluntários que atuam no combate ao fogo na Serra do Elefante já atenderam a cinco ocorrências na região.

A Brigada 1 é uma organização não-governamental que trabalha em parceria com entidades diversas e é considerada um dos maiores grupos de voluntariado no combate e prevenção de incêndios do Estado. O núcleo Mateus Leme foi fundado em 2013, porém as atividades realizadas por seus integrantes começaram bem antes, quando atuavam pela Brigada de Incêndios Serra do Elefante (BISE), com apoio da Associação dos Amigos da Serra do Elefante (AASE).

Os brigadistas voluntários não atuam apenas em Mateus Leme. Sileny explica que eles contribuem no combate as queimadas em outras regiões. Mais recentemente, atuaram no Parque Nacional da Canastra, em Delfinópolis, e no início deste mês se uniram Rede Nacional de Brigadas Voluntárias para apoiar as buscas por animais vivos naquela região do Pantanal. “Mesmo com a pandemia que todos estamos enfrentando, não medimos esforços quando se trata de combater incêndios florestais. Aproveito para agradecer os brigadistas pelo empenho. Sabemos que não é fácil, mas é uma grande oportunidade para aqueles que participaram divulguem o trabalho e a atuação da Brigada1”, ressaltou a coordenadora.

Sileny lembra que o apoio da administração dos municípios tem sido fundamental para a manutenção da brigada. “A Prefeitura de Mateus Leme tem apoiado e contribuído nos combates com equipamentos e caminhão-pipa. Esta é uma conquista recente e já solicitamos à Secretaria de Meio Ambiente a confecção de placas informando que a Serra do Elefante é uma Unidade de Conservação e de indicação das trilhas do local”, explicou.

Nos sete primeiros meses deste ano, Minas Gerais teve quase nove mil queimadas, sendo que 3.500 delas ocorreram só em julho. Segundo o Corpo de Bombeiros, a maior parte dos incêndios começa por ação humana. Tentamos contato com o pelotão de Juatuba para saber como estão os combates na região, mas não tivemos retorno até o fechamento da edição.

Poluição também é obstáculo

As queimadas são só um dos problemas dessa época na Serra do Elefante como explica a presidente da Associação dos Amigos da Serra do Elefante (AASE), Cleide Nilza Cândido. A serra é quase em sua totalidade considerada Unidade de Conservação, nomeada oficialmente como Monumento Natural, o que restringe seu uso. “Em função da pandemia, a Serra do Elefante como um todo tem recebido um número muito grande de visitantes e, por causa disso, para evitar aglomeração, foi necessário a restrição de acesso aos finais de semana. Mesmo assim, os problemas decorrentes desse movimento só têm aumentado. É preciso pensar na questão sanitária, uma vez que não sabemos como a COVID 19 se comporta em um meio natural, mas também ficou claro para todos nós que devemos repensar o turismo no local. Além da questão sanitária do momento, estamos enfrentando também a completa falta de educação social e ambiental das pessoas que deixam para trás muito lixo, degradações que colocam em risco a biodiversidade local”, destacou Cleide.

A presidente da AASE salienta que ao longo dos anos a entidade tem tentado trabalhar em parceria com o poder público para proteção efetiva da Serra do Elefante. Ela destaca que, apesar de poder ser usada como ponto turístico, falta estrutura física ao local. Cleide conta ainda que o diálogo aumentou muito nos últimos anos e que a associação conseguiu assinar um convênio com a Prefeitura de Mateus Leme, entretanto, é preciso que a população colabore e respeite as regras de visitação, não deixando lixo nas trilhas e evitando atos que possam ocasionar queimadas.

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