Com números expressivos, Juatuba e Mateus Leme ajudam RMBH a continuar com 3ª maior população do país

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Após a divulgação dos primeiros dados sobre perfil e dinâmica populacional do Censo 2022, Juatuba e Mateus Leme tiveram destaque na lista das cidades que aumentaram sua população no último ano.
Em 2010, Juatuba tinha 22.202 habitantes, no último ano, 2022, a população saltou para 30.716, que representa uma taxa de crescimento de 2,74%, com incremento populacional de 38,3%, ou seja, aumento de 8.514 pessoas.

Na última medição de 2010, Mateus Leme tinha 27.856 habitantes e em 2022, a população passou para 37.841 habitantes, um crescimento expressivo de 2,59%, resultado em um incremento de 35,8% no cálculo total, um aumento de 9.985 pessoas.
O Censo evidencia o aprofundamento de algumas tendências que já vinham se manifestando na região metropolitana nas últimas décadas. Os dados mostram que entre 2010 e 2022 a RMBH ganhou 243.724 pessoas, um incremento de 5% durante todo o período, com um crescimento anual médio de apenas 0,41%.
Considerando que o crescimento demográfico do país não foi muito maior do que 0,5% ao ano, entre 2010 e 2022, pode-se entender porque 16 municípios da RMBH cresceram abaixo de 1% ao ano. Apenas cinco municípios tiveram taxas de crescimento abaixo da média metropolitana: Contagem, Sabará, Belo Horizonte, Caeté e Baldim. Os três últimos municípios registraram perda absoluta de população, com destaque para o já mencionado decréscimo de quase 60 mil habitantes na capital.
Para a RMBH, os dados do Censo disponíveis ainda não nos permitem mensurar essas perdas e seus motivos, mas não se descarta a possibilidade de ter havido perda de população para outros municípios, seja por parte de grupos de renda média e alta mudando-se para municípios como Juatuba e Mateus Leme, ou de grupos de baixa renda expulsos para outras cidades, como Esmeraldas, devido ao significativo encarecimento do preço da moradia (e de vida) na capital.
Segundo especialistas, a possível migração de famílias de mais alta renda parece ainda ter sido potencializada no período da pandemia, que observou um enorme aquecimento do mercado imobiliário em condomínios fechados fora da capital, e ainda pelo crescimento do chamado home-office entre os estratos de mais alta renda.
Há ainda que se considerar o impacto do Programa Minha Casa, Minha Vida ao longo destes anos, que concentrou sua produção de Faixa 1 (mais baixa renda) predominantemente fora do município de Belo Horizonte, e o possível efeito de remoções relacionadas a obras de infraestrutura na capital.
Os dados do índice Fipe-Zap mostram que, entre janeiro de 2011 e janeiro de 2022, houve um aumento de aproximadamente 83% no preço médio do m² dos apartamentos vendidos na capital, o que contrasta com a queda da renda média nesse período, marcado pela crise econômica, social e política. Um fator que pode ter atenuado maior perda de população foi o incremento das ocupações urbanas por moradia, que abrigam hoje mais de 10.000 famílias na capital, muitas oriundas de outros municípios da RMBH.