Fiéis de Juatuba e Mateus Leme fazem oração e jejum pela paz no mundo

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Comer e falar menos, orar e rezar mais. Os fiéis das paróquias de Santo Antônio e São Sebastião, em Mateus Leme e Juatuba respectivamente, alteraram a rotina nesta quarta-feira de cinzas com o mesmo propósito: o fim da guerra na Ucrânia. A paz foi colocada nas preces e no jejum de diversos católicos dos dois municípios, após recomendação das Arquidioceses, que seguiram a orientação do Papa Francisco.

Na recomendação, o Papa Francisco disse que “Jesus nos ensinou que à insistência diabólica, à diabólica insensatez da violência, se responde com as armas de Deus: com a oração e o jejum”.

“A humanidade não precisa de uma guerra”, diz Frei Ismail

O Frei Ismail de Miranda, liderança religiosa em Juatuba, disse à reportagem que tratou sobre o tema e a recomendação do Papa, durante a Missa de Cinzas na Igreja de São Sebastião e também através das redes sociais. “Seja em casa, em comunidade – respeitando as orientações já conhecidas – é muito importante que nos coloquemos em oração. A humanidade já tão maltratada por pandemia, conflitos, fome, desigualdades sociais, não precisa de uma guerra”, disse.

Já o padre Daniel Leão, que é responsável pela paróquia de Santo Antônio, em Mateus Leme, afirmou que foi “importantíssima a recomendação do Papa e a participação dos fiéis, haja vista o momento de terror enfrentado pelos irmãos da Ucrânia”.

Abdicação, disciplina e fé

O jejum no primeiro dia após o carnaval dá início à quaresma, período de 40 dias quando os católicos realizam penitências. Na ocasião, muita gente restringe o consumo de carne vermelha.

“O sentido é você fazer um sacrifício por Deus. Eu acredito que o papa está muito correto com relação à gente fazer esse sacrifício pela paz mundial. E realmente se unir em oração para que Deus nos auxilie da melhor maneira possível”, explica a professora aposentada, Maria Auxiliadora.

Aos 69 anos, ela diz que faz jejum na quarta-feira de cinzas há mais de 40 anos. “É muito importante oferecer esse sacrifício para que Deus interceda nessa guerra. A gente se une por uma coisa só e todo mundo oferece o sacrifício em busca da paz na Ucrânia”, comentou.

Maria Auxiliadora explica ainda que a penitência que se inicia na quarta-feira de cinzas pode envolver diversas ações como não comer carne, aumentar as orações e até mesmo abdicar de passeios e de coisas que as pessoas gostam de fazer.

A comerciante Raquel dos Santos, de 49 anos, explicou à reportagem que o jejum extrapola a comida e passa a ser mesmo de comportamentos. “Quando o papa pede que a gente jejue, as orações têm de ser mais intensificadas, porque é difícil até avaliar o que acontece no mundo. É muito chocante”, disse.

Raquel adotou a prática de jejuar no início da quaresma há 10 anos. Desde então, ela disse ter aprimorado a percepção do porquê a abdicação é importante, o que mudou até a rotina dela no dia do jejum. “Até eu entender o verdadeiro significado do jejum foi muito difícil. Não é apenas deixar de comer carne, até o seus gestos e semblante precisa não transmitir que você está sentindo fome”, explica.

Ela conta que as refeições que faz envolvem pouca comida e bebida, como um biscoito, um pedaço de pão e um simples café, e o almoço não tem carne vermelha. “Além da alimentação, como eu sou muito barulhenta, procuro me silenciar e intensificar minhas orações. É um jejum de palavras, um dia que eu faço silêncio também”, complementou.

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