Em agosto de 2021 a Câmara aprovou projeto de lei complementar criando o Departamento Municipal de Trânsito, o TransJuá, responsável por coordenar as ações relacionadas à circulação viária na cidade e solucionar um dos maiores problemas do município: o trânsito. À época, a expectativa dos vereadores com a implementação do projeto foi grande e muitos parlamentares acreditaram que a maioria dos problemas no trânsito do município seriam resolvidos. Em setembro passado, o projeto foi sancionado pelo prefeito e o órgão implementado.
Passados seis meses da criação do TransJuá, o que se vê é um trânsito confuso, que continua apresentando risco à população. Segundo alguns moradores, a falta de planejamento é nítida e a sinalização viária ainda continua precária. Além disso, desde a criação, o órgão não desempenhou qualquer projeto educativo, que incentive medidas seguras de circulação de pedestres e motoristas.
Puxão de orelha
Como Juatuba tem sido palco de muitos acidentes e as reclamações de populares quanto à sinalização e obras de infraestrutura viária são recorrentes, a maioria dos vereadores fizeram indicações pedindo melhorias no trânsito. Dentre as principais cobranças está o melhoramento da sinalização na Avenida “A”, no bairro Veredas, instalação de quebra molas na rua Santos Dumont, em Francelinos, além de pinturas das faixas e quebra-molas, que estão apagadas, por toda a cidade. Outro pedido é para o melhoramento da sinalização da avenida Getúlio Vargas e das ruas Ovídio de abreu e Francisco Assis de Castro.
Além dos locais que tem sido alvo de reclamação frequente, existem outros pontos caóticos nas vias da cidade, como é o caso da interseção entre a Avenida Tânus Saliba e a Rua José Monteiro, onde os motoristas não tem visibilidade no cruzamento, em decorrência da falta de sinalização semafórica.
“Fábrica de multas”
O Jornal de Juatuba e Mateus Leme tem recebido diversas reclamações sobre as blitzens constantes e também sobre atuações em excesso em Juatuba. Segundo alguns moradores, mesmo com a cidade em estado de calamidade, logo após as últimas chuvas, a Polícia Militar estava autuando até os veículos que tentavam socorrer quem estava ilhado. “O que tenho visto, é que nos últimos meses o departamento de trânsito e a PM têm intensificado as fiscalizações e autuado em excesso. Acredito ser necessária a fiscalização, mas também devem avaliar a atual situação das pessoas que foram atingidas e perderam tudo. Os nossos políticos deveriam até isentar o pagamento da documentação esse ano, tendo em vista nossas dificuldades. Isso está se transformando em uma fábrica de multas”, disse Jair Rodrigues, que foi autuado duas vezes somente no último mês.
Vale destacar que os parlamentares aprovaram em agosto a criação da JARI, Junta Administrativa de Recursos de Infrações, que é responsável pelo julgamento dos recursos interpostos contra penalidades aplicadas aos motoristas. Qualquer motorista que se sentir lesado na aplicação da multa pode recorrer com um recurso junto a JARI.