Pastor Fernando denuncia caos na saúde e diz que cidadãos sofrem com a falta de exames e consultas na cidade

0
198

O pastor da Igreja do Evangelho Quadrangular de Juatuba, Fernando dos Reis, utilizou a Tribuna, durante a reunião desta semana, para fazer um apelo aos parlamentares para que cobrem melhorias para a saúde do município. Em sua fala, ele destacou o caos da saúde de Juatuba, que reflete as inúmeras reclamações que chegam até ele. “É a pasta campeã de reclamações nos últimos dois meses. Recebo inúmeros pedidos de ajuda de pessoas que estão aguardando exames, alguns desempregados e a gente faz o que pode para ajudá-los”, enfatizou o pastor, que afirmou que apesar do esforço para atender algumas demandas, as limitações são muitas, o que impede que todos que precisam sejam beneficiados.

A situação que tem resultado inúmeras denúncias na cidade e o apelo de fiéis e amigos em relação à saúde, o fez lembrar de um encaminhamento de urgência que ele teve há quase dois anos. Ele compartilhou a própria experiência, revelando um protocolo do dia 22/8/22, para tratar a confirmação de diagnóstico de uma possível doença grave. “Na época, os especialistas diziam que meus exames estavam todos ruins e que possivelmente seria leucemia. Como chefe de família, não é confortável enfrentar essa situação, mas com fé em Deus, conseguimos enfrentar as adversidades da vida”, afirmou.

“A repercussão e o aumento dos problemas de saúde e o clamor dos juatubenses por soluções, somados à convocação do Secretário de Saúde na semana passada, me fizeram lembrar desta etapa da mina vida. Me lembrei que tinha esse pedido para consulta com um hematologista, que eu até já havia me esquecido”, explicou.

Ele detalha que, na ocasião, entrou em contato com a Secretaria de Saúde para verificar o andamento da solicitação, mas ficou chocado com a resposta. “Eles não sabiam me informar nada. Não tinham informações de quantas pessoas estavam aguardando e nem sabiam qual era o meu número na fila de espera”, contou indignado.

Incrédulo, ele citou o artigo 196 da Constituição Federal, que estabelece a saúde como um direito do cidadão e um dever do Estado, destacando a falta de suporte por parte das autoridades de Juatuba. “Como resposta, ouvi da atendente que, apesar de ser “um dever do Estado, o Governo não passa dinheiro, por isso não têm como resolver”, desabafou.

Falta de respeito

Além de registrar sua indignação e compartilhar sua experiência com a saúde pública do município, pastor Fernando também usou a reunião para um discurso contra pessoas que apoiam o atual estado caótico da pasta. “Eu assisti a reunião em que o secretário de saúde veio prestar contas da sua pasta e fiquei indignado com os comentários de pessoas zombando do vereador que questionava o secretário. Parece até que as pessoas estão satisfeitas com a saúde”, disse.

“Fiquei assustado, mas minha constatação foi logo dissipada quando analisei melhor de quem partiam tais comentários. Aquelas pessoas não são cidadãos, mas sim, gente mandada e paga com o nosso dinheiro para desrespeitar essa casa e, isso não deve acontecer, pois o respeito deve existir em todo o lugar”, ponderou.

O problema não é dinheiro, mas competência

Apesar de deixar claro que, por possuir convênio, ele não precisou esperar pelo encaminhamento, o pastor lamentou por quem não tem a mesma oportunidade. “Graças a Deus eu tenho plano de saúde, mas me pergunto como estão as pessoas que ainda estão aguardando por um exame ou uma consulta. A cada dia, uma mãe corre o risco de perder um filho, alguém de ficar viúva e a saúde continua um caos no município”, disse.

Em tom de indignação, Fernando relembrou o caso da ex-prefeita Valéria Aparecida dos Santos (PMDB) e do vice-prefeito Alcides Osório da Silva (PDT), “que foram cassados em 2019, sob a alegação de abuso de poder político e econômico nas eleições de 2016, por viabilizar a saúde de forma indevida. Mas pra mim, como um homem simples, quem não viabiliza e impede o acesso à saúde, também deveria ser cassado”, desabafou.

“Eu posso esperar a rua lá de casa ser melhorada para eu comprar o carro dos meus sonhos, mas não tem como esperar para fazer um exame ou passar por uma consulta”, disse, destacando a incompetência da atual administração para lidar com a situação. “O nosso município tem sido marcado por um governo que, infelizmente é incompetente e irresponsável. Quem não tem competência, pode ter o dinheiro que for, que não consegue fazer nada”, finalizou.