Presidente da OAB Mateus Leme vai acionar Copasa na justiça por cobrança indevida de tarifa de esgoto

Vereadores querem saber do prefeito se as multas sugeridas pela CPI estão sendo pagas pela Companhia e se as intervenções e obras de abastecimento estão sendo executadas na cidade

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O dilema da má prestação de serviços da Copasa nos municípios está longe de acabar. Mas esta semana, a novela teve um novo desfecho.  O ex-vereador e atual presidente da Ordem dos Advogados do Brasil- Subseção Mateus Leme, Mionesi Nogueira, anunciou na Câmara que entrará com uma ação na justiça contra a companhia, pela cobrança indevida da taxa de tratamento do esgoto, que segundo o advogado, não é feita na cidade, uma vez que os resíduos são jogados nos principais cursos d´água que cortam Mateus Leme.

Dr. Mionesi convidou outros interessados a ingressarem junto dele com uma ação coletiva, solicitando a devolução dos valores pagos pelo serviço que não foi prestado e cancelando as cobranças futuras. Tudo isso será feito, segundo o advogado, pelo seu escritório de advocacia, de forma a promover justiça social aos moradores de Mateus Leme que estão cansados de serem cobrados pelos serviços não prestados pela COPASA.

Em resposta ao advogado, os vereadores disseram que o papel da Câmara de fiscalizar foi feito, inclusive com a conclusão da Comissão Parlamentar de Inquérito, que mostrou que a Companhia não estava cumprindo o contrato assinado com o município. Os parlamentares relembraram que à época da CPI foram encaminhados ofícios ao prefeito, solicitando que ele representasse na justiça contra a Copasa por descumprimento do contrato com o município, mas nada foi feito até hoje.

Os vereadores lembraram também que foi contratada uma consultoria particular e feitas inúmeras investigações que confirmaram que a cobrança de taxa de esgoto é irregular, uma vez que a Copasa não realiza o serviço.

 “A CPI tem o caráter investigativo e não tem o poder de punir, formular culpa ou julgamentos. Porém, tem o poder de cobrar dos poderes que se cumpra a legislação. Neste caso, quem deveria rescindir o contrato é a prefeitura que continua inerte, vendo de longe o sofrimento da população”, alegou o vereador Aldair.

Nada resolvido

O relatório final da CPI determinou que o prefeito ingressasse com uma ação na justiça suspendendo a cobrança de taxa de tratamento de esgoto pela Copasa, até que seja comprovada a prestação de serviço à toda a população de Mateus Leme.

Ainda de acordo com o documento, o valor a ser pago em multa pela Copasa, deveria ser revertido para ações de saneamento básico no município, em especial para a aquisição de reservatórios de água para as comunidades do bairro Atalaia e adjacências.

O prefeito também deveria ter adotado medidas judiciais de forma a obrigar a Copasa a reiniciar as obras de distribuição de rede de água e esgoto, conforme contrato, concluindo todas as obras necessárias em um prazo limite de 100 dias, sob pena de pagamento de multa diária no valor de R$100 mil.

Ficou determinado ainda que até que as obras fossem finalizadas, a companhia seria obrigada a fornecer três caminhões pipas por dia às comunidades que sofrem com o desabastecimento, sob pena de responder por crime contra a saúde pública. No entanto, as obras sequer começaram, a multa não foi paga e quem fornece a água por meio de caminhão pipa é a própria prefeitura, de forma esporádica.

Com base nas reclamações, a vereadora Irene de Oliveira protocolou pedido de informação ao prefeito Renilton Coelho, sobre todos os atos administrativos e jurídicos adotados com relação à companhia. A vereadora questionou também quais foram as ações impetradas pelo escritório de advocacia, contratado pela prefeitura para gerir as ações contra a COPASA. Também foi solicitado por Irene, os valores pagos ao escritório até o momento e se as multas sugeridas pela CPI estão sendo pagas pela Companhia, e se as intervenções, obras e abastecimento estão sendo executadas.