Secretaria de Esportes de Juatuba se pronuncia sobre polêmica a abertura dos JEMGs, mas é novamente alvo de críticas

Presidente da Câmara que pediu exoneração da gestora, convoca Cristiane para ir a plenário prestar esclarecimentos

0
242

A Secretária de Esportes e Juventude de Juatuba, Cristiane Campagnani, fez um pronunciamento na página oficial da prefeitura, dando sua versão sobre fatos que ocorreram durante a abertura dos Jogos Estudantis de Minas Gerais, na cidade de Igarapé.

Segundo a gestora da pasta de esportes, ela foi convidada para assistir ao evento, e teria sido agredida por alunos da Escola Estadual Joaquim Corrêa que, segundo ela, teriam sido instigados pela diretora da instituição, Polyanna Mendanha.

“Durante as festividades de abertura fui alvo de agressões por parte de alguns alunos da Escola Joaquim Corrêa, instigados pela diretora que, lamentavelmente, assistia à cena sorrindo”, relata no vídeo. Na publicação, ela também falou sobre a necessidade de estimular valores nas escolas. “É fundamental que diretores e professores atuem como exemplos incentivando o melhor em nossos jovens”, pronunciou.

Na publicação, ela finalmente quebrou o silêncio e falou sobre a polêmica que deixou as equipes de basquete e handball da escola fora dos jogos estudantis. Cristiane reafirmou a justificativa que já havia apresentado em uma reunião com a diretora Polyanna de que as inscrições não foram realizadas por problemas técnicos. “É necessário ressaltar que a não inscrição não se deu por decisão da prefeitura de Juatuba, mas sim devido a problemas técnicos que afetaram não apenas a Escola Joaquim Corrêa, mas também atletas de outros municípios em outras ocasiões”, explicou.

Imagens contestam versão da Secretária

A abertura dos jogos estudantis foi marcada pelo incidente relatado pela Secretária e, nas imagens que circulam nas redes sociais é possível ver dois alunos entregando a camisa com frases de protesto à Secretária. Ao perceber o ato, ela se levanta da cadeira e joga a camisa nos alunos.

Uma testemunha que estava no local e não quis se identificar, afirma que a ação dos alunos não foi agressiva e tinha como objetivo sensibilizar a secretária. “Foi um protesto pacífico. No final de cerimônia, dois alunos entregaram a camisa para a Secretária e para o coordenador municipal, responsável pela inscrição das modalidades. No entanto, ela levantou e arremessou as camisas nos dois alunos”, relata. A cena chocou os participantes que, imediatamente reagiram com vaias.

Carlos Eduardo, de 17 anos, aluno do primeiro ano do Ensino Médio na Escola Estadual Joaquim Corrêa e atleta de handeball, é o aluno que teve a camisa arremessada em suas costas. Ele afirma que, motivados pelo sentimento de frustração por ficarem fora dos jogos “por negligência municipal” e, principalmente, pelo desinteresse da secretaria em resolver o problema, eles aproveitaram a ocasião para realizar o manifesto. “Programamos de fazer uma camisa como forma de protesto e entregar uma para ela, mas com total falta de respeito, ela jogou a camisa em mim como se fosse um lixo”, explica Carlos Eduardo.

Repercussão

Além da manifestação dos presentes durante a abertura dos Jogos, a Secretária também recebeu críticas nas redes sociais. A publicação, que até a data do fechamento desta edição havia recebido 563 comentários, rendeu duras críticas sobre o discurso da Secretária que atribuiu a falha na inscrição a questões técnicas, mesmo tendo um prazo de 31 dias para realizá-la.

Uma seguidora comentou: “Juatuba tem Secretária de Esportes? Onde ela estava quando os alunos queriam um pronunciamento dela para saber por que não foram inscritos?” 

Outro perfil rebateu: “só pede desculpas e explique o erro. Fale que tá correndo atrás do prejuízo. Somente isso que todos esperavam de você e da prefeitura”.

Tentativa de censura

Como se não bastasse a polêmica sobre a falha na inscrição e do incidente com os estudantes durante a cerimônia de abertura dos jogos, a acusação da secretária à diretora da Escola Estadual Joaquim Corrêa, também tem rendido discussões. Após a queixa de Cristiane contra Polyanna na Secretaria Regional de Ensino, o órgão recomendou que a diretora não se pronunciasse mais sobre o caso. A comunidade formada por pais e alunos entenderam a atitude como uma forma de censurar a docente que foi responsável por expor a situação e defender os direitos dos alunos publicamente.

Juliana Patrícia, moradora do Centro é uma das mães que se diz indignada. O filho dela, João, de 15 anos, jogador de basquete, modalidade que ficou de fora dos jogos, repreendeu a postura da secretária. “Quando ela vem em rede social dizendo que foi agredida por aluno e que vai tomar medidas cabíveis, ela está tentando calar vozes. A diretora não está podendo nem participar de reuniões na Câmara, pois ela a denunciou na Superintendência Regional de Ensino. É um absurdo, pois ela está tentando calar crianças e jovens que só estão pedindo para jogar”, diz.

“Uma pessoa que se diz Secretária de Esportes não deveria jogar camisa no aluno, principalmente em razão do cargo que ocupa e por estar politicamente exposta”, diz. Para ela, o que os alunos querem hoje é resposta. “Eles não estavam lá para fazer arruaça. Se ela tivesse vindo a público falar que errou, pois todo mundo erra, seria melhor do que apresentar uma situação que não houve, pois não teve agressão por parte dos alunos, mas sim, dela em relação a eles”, lamenta.

Procurada por nossa reportagem, a diretora Polyanna Mendanha encaminhou uma nota informando que a Superintendência Regional de Ensino Metropolitana está responsável por responder às perguntas em relação ao fato.

Câmara quer esclarecimentos

Em plena discussão sobre o fato de as equipes da Escola Joaquim Correia terem ficado de fora dos JEMGs e, após a diretora do educandário ter ido à Tribuna da Câmara informar os vereadores sobre o fato, o presidente do Legislativo, Laécio do Silvestre pediu a exoneração da Secretária. Esta semana, o parlamentar convocou Cristiane a comparecer na reunião do dia 15, para esclarecer os fatos.