Depois de 12 anos, em parceria com Governo do Estado, Juatuba inaugura nova sede da Escola Elza de Oliveira Saraiva

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Após mais de 10 anos, a comunidade acadêmica da Escola Municipal Elza de Oliveira Saraiva tem finalmente uma sede própria. Nesta terça-feira, o Governo de Minas e a prefeitura, inauguraram o  novo centro educacional. A solenidade, além das autoridades municipais, também contou com a presença do secretário de Estado de Educação de Minas Gerais, Igor de Alvarenga. 

De acordo com informações do portal de notícias do governo do estado, a obra custou R$2,4 milhões, sendo que R$1 milhão é proveniente do Projeto Mãos Dadas, programa do governo de Minas que, por meio de parceria com municípios, municipaliza a educação do ensino fundamental. Ainda de acordo com portal, Juatuba também receberá R400 mil para aquisição de mobiliário para a nova unidade escolar, que atenderá 428 crianças da educação infantil e do ensino fundamental. 

Demora na entrega da nova unidade

Mais uma vez, a população não poupou críticas à administração que está entregando uma obra com 10 anos de atraso e, segundo denúncias, ao preço de duas. 

A Escola Municipal Elza de Oliveira Saraiva foi inaugurada em 2012, no entanto, apenas seis meses depois, o prédio apresentou falhas estruturais com risco de desabamento e foi interditado. Alunos, professores e demais funcionários foram obrigados a deixar para trás o edifício que custou, à época, R$1 milhão aos cofres públicos. A escola foi improvisada na Câmara Municipal, que não tinha instalações adequadas para os alunos que tiveram que usar os gabinetes como sala de aula e o antigo estacionamento como pátio para recreio. 

Na tentativa de reparar a edificação danificada para realocar os alunos, a Secretaria de Obras chegou a gastar R$40 mil, mas não obteve sucesso. Em nota, a prefeitura admitiu que a obra tinha problemas estruturais impossíveis de serem corrigidos. 

Em 2013, o Ministério Público recomendou a demolição do prédio, porém, seis anos depois, novo parecer do órgão indicou apenas a necessidade de reparos. Foi então que a prefeitura resolveu transformar o espaço no novo centro administrativo para abrigar diversas secretarias, investindo mais R$300 mil para adequar as instalações. 

Novo espaço

Com o atraso e o custo adicional de R$2,4 milhão gastos na ampliação e reforma da nova sede, a população não se sente animada em comemorar. Vários moradores têm registrado seu descontentamento na publicação de inauguração que foi realizada na página da prefeitura. “Que desperdício de dinheiro público”, disse um internauta. Outra moradora comenta: “Mais que obrigação, verba pra isso tem. Ele, o prefeito, está consertando as coisas erradas que ele mesmo fez”.

Outro questionou a demora. “Parabéns por ter demorado 12 anos pra fazer uma coisa que deveria ser feita no máximo em dois anos”, escreveu com ironia. 

População aponta manobra política para levar público à inauguração

Outro assunto muito comentado em grupos de política de Juatuba esta semana foi a publicação do decreto do prefeito que instituiu do ponto facultativo no dia 30 de abril, até às 11h. O horário abrangia o mesmo período da inauguração da escola, marcada para às 9h.

Uma liderança comunitária comentou com a reportagem que “os últimos eventos promovidos pela gestão têm registrado baixa presença de público, indicando o desprestígio da atual administração”.

“Antes do aniversário da cidade, não tinham colocado nenhum feriado. Agora, colocam somente na parte da manhã, coincidindo com o evento. A Prefeitura está fazendo isso por que a população não está abraçando as causas e as festividades deles. É um motivo que arrumaram para lotar, mas a população está bem desanimada”. 

Projeto Mãos Dadas já investiu cerca de R$1,5 bilhão nas escolas de Minas 

A construção da escola só foi possível, graças à aderência do município ao programa Mãos Dadas, iniciativa do governo estadual, que oferece benefícios mútuos entre estado e município. 

A proposta prevê a municipalização da educação dos anos iniciais, do 1º ao 5º ano do Ensino Fundamental. Dessa forma, as escolas municipais seriam responsáveis por atender a demanda educacional dessa faixa escolar, conforme prevê a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. 

Em contrapartida, o município que adere ao plano, recebe apoio pedagógico e investimentos de infraestrutura que podem ser destinados para aquisição de mobiliário e obras como construção de escolas e reformas, entre outros. 

Com o acordo, o estado se dedicaria apenas à demanda do Ensino Médio, ampliando a possibilidade de ofertar Ensino Médio em Tempo Integral, no período diurno. 

Desde a implementação em 2021, pelo governo Zema, o Projeto Mãos Dadasjá investiu cerca de R$1,5 bilhão em mais de 500 convênios celebrados entre Estados e municípios.