“Asas e Amigos” pede ajuda para continuar cuidando de animais vítimas de maus-tratos

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A ONG, única no país que acolhe animais silvestres com deficiência, está passando dificuldades financeiras devido à pandemia

Desde 2001, a ONG “Asas e Amigos” resgata, acolhe e trata animais nativos apreendidos pelo IBAMA, Polícia Militar de Meio Ambiente e Instituto Estadual de Florestas e que, na maioria das vezes, foram vítimas do tráfico ou de maus tratos.

A instituição faz também o acolhimento de animais atropelados em estradas, com graves problemas de saúde, abandonados, portadores de necessidades especiais e mutilados e que não poderão retornar à natureza.

Porém, como a maioria das entidades sem fins lucrativos que envolvem voluntariado, a ONG “Asas e Amigos” está com dificuldades para manter o trabalho que realiza, uma vez que cerca de 30% dos recursos usados nas despesas são provenientes de doações de padrinhos e madrinhas da instituição.

“Com a pandemia, houve uma redução do número de doações e em torno de 40 pessoas deixaram de nos ajudar. Nossa instituição tem altos e baixos, não temos receita garantida, mas é dessa forma que temos conseguido fazer nosso trabalho e continuar na tarefa salvar os animais e também tentar ações para que no futuro ela seja autossustentável”, explica o médico veterinário e presidente da entidade, Dr. Marcos de Mourão Motta.

Quer ajudar?

Para manter o funcionamento da ONG e o acolhimento a cerca de 590 animais são necessários R$35 mil por mês, recursos investidos na contratação de cinco funcionários e a manutenção de todos os serviços.

Os animais que vivem no local têm histórias de superação, como o caso do filhote de Tamanduá Bandeira, que ficou ao lado da mãe atropelada até ser resgatado, ou o caso das araras, papagaios, jabutis e até primatas resgatados do comércio ilegal e que foram vítimas de mutilações e maus tratos. Há ainda os animais que não conseguem voltar para a natureza devido as lesões ou deficiência e, por isso, vão viver permanentemente na instituição.

Doar Tempo

Como o trabalho da ONG tem crescido, há também voluntários que cedem parte de seu tempo para cuidar dos animais que vivem na instituição, caso da servidora pública, Cíntia Cruz, que todos os domingos ajuda no trabalho de manter os espaços, alimentar e dar remédios aos animais. “Precisamos muito de verduras, leite, ovos e até mesmo carne. E também precisamos dos padrinhos para que o trabalho seja mantido”, solicita.

Quem quiser apadrinhar um animal silvestre, basta enviar um e-mail para asaseamigos@hotmail.com ou acessar o site asaseamigos.com.br e fazer a inscrição. É solicitada uma contribuição mensal de R$20. No site há foto de todos os animais disponíveis para apadrinhamento e os padrinhos ganham certificado com o nome do bicho acolhido, além de uma homenagem de agradecimento do santuário.

Os 20 anos de história da ONG

Desde 2001, o presidente e idealizador da Asas e Amigos, Marcos de Mourão Motta, trabalha para salvar as vidas de animais selvagens. O espaço de cinco mil metros quadrados é dividido em vários tipos de viveiros adaptados, para se assemelharem ao habitat natural dos animais resgatados. Cada local precisa ser elaborado para acolher e acalmar os bichos, já que muitos deles podem ficar vários anos incapacitados de retornarem para a natureza. “O tempo que cada espécie fica nos viveiros varia. Temos casos tanto de seis meses, quanto de dois anos. Uma onça pintada, por exemplo, já chegou a ficar cinco anos em internação, até ser reinserida na natureza”, conta Marcos.

Apesar do grande esforço dos veterinários e tratadores, cerca de 35% dos animais que chegam à ONG não sobrevivem. Isso acontece porque muitos são resgatados já em estado grave, vítimas de maus tratos, atropelamento e contato com incêndios. Já outros 35% dos bichos possuem complicações que os deixam incapacitados de retornarem à selva, como perda dos olhos e das patas, e ficam permanentemente na instituição.

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