Os mateus-lemenses receberam um grande presente na véspera do Natal. A Paróquia de Santo Antônio foi reaberta à comunidade católica na noite desta sexta-feira (22). A reabertura acontece seis meses após fechamento para reparo no telhado e na parte elétrica do templo, que estavam deteriorados, já que a Igreja data do século 18, sendo uma das principais paróquias da região, tombada pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG).
Na programação de reabertura, houve cerimônia cívica, na Praça Benedito Valadares, além de missa solene na igreja às 19h, presidida pelo bispo da diocese de Divinópolis, dom Geovane Luís da Silva.
“Trata-se da igreja mais antiga de Mateus Leme, com notável importância na configuração do município. Com a reabertura do templo, marcamos o início das atividades litúrgicas e evangelizadoras”, disse dom Geovane.
Segundo o bispo, a Matriz de Santo Antônio é um centro de irradiação da fé e do anúncio do evangelho. “Devemos preservar os bens culturais não apenas pela relevância artística e histórica, mas, sobretudo, porque são instrumentos preciosos para o anúncio do evangelho.”
Durante discurso, o bispo lembrou que a igreja de Mateus Leme é um belo exemplar do Barroco mineiro, “que nos ajuda a entender a riqueza artística de Minas Gerais, o bispo destacou outros aspectos da obra, pois “restaurar uma igreja histórica tem grande repercussão na vida social e cultural de uma cidade”.
De acordo com o pároco da Matriz de Santo Antônio, padre Charley Marcelino Silva, os serviços contemplaram restauração do telhado, parte elétrica, pintura interna e externa da edificação e sistema de proteção contra descargas atmosféricas. A obra demandou recursos de R$ 600 mil, deste valor, cerca de R$300 mil foram arrecadados com doações, dízimo, barraquinhas e campanhas, e os outros R$300 mil foram destinados pela Prefeitura.
“Estamos muito felizes com o final desta etapa”, disse o padre Charley, que está na paróquia há duas semanas, em substituição ao padre Daniel Leão, hoje em Itaúna. O sacerdote informa que a próxima fase será para restauro dos elementos artísticos do templo.
Os percursores
O Jornal de Juatuba e Mateus Leme entrevistou o Padre Daniel Leão, que foi um dos idealizadores das intervenções na Igreja. Daniel conta que é necessário remeter um pouco da história, até chegar nos tempos atuais.
Segundo o padre, a iniciativa de construção do templo é atribuída a um minerador, o Alferes João Francisco da Silva, com início na segunda metade do século 18 e conclusão em 1790. Há registros de possível existência de uma capela anterior, no mesmo local, por volta de 1748.
O interior da Matriz apresenta altares, entalhes e painéis em estilo rococó. Em 1976, o IEPHA-MG finalmente autorizou o tombamento da Matriz de Santo Antônio e no período de 1986-1987 a igreja passou por restauração dos elementos artísticos, a qual revelou a pintura original do retábulo.
